"EU NÃO QUERO ESTAR CONFORTÁVEL, MAS EU QUERO SER FELIZ E EU QUERO SER LIVRE."
O quão mais fácil é desabafar com quem acabamos de conhecer? Nubdao não tem amigos tão próximos, pessoas que a conhecem profundamente. Ela tem conhecidos. Conhecidos da época da faculdade, conhecidos do atual emprego, pessoas que conhecem apenas a Nubdao que ela permite que é repleta de muitas barreiras de proteção.
Quando o Tankhun questiona a Jaikaew sobre o porquê da Nubdao não parecer confortável com ele, por mais que eu queira que haja uma interação mais profunda, menos superficial ou profissional entre eles, eu sei que não é possível. É muito difícil desabafar, se abrir, se tornar vulnerável com alguém que conhecemos, que vemos todos os dias. Quando há algum rótulo já estabelecido é muito mais fácil criar uma parede de proteção e se prender a esse rótulo existente e evitar que alguém do dia a dia saiba sobre nossos problemas pessoais. Desde o início o Kimhan é um estranho que já entrou na vida da Nub no momento em que ela não estava na personagem centrada que está sempre bem. Não existe rótulos com o Kim. De estranho virou vizinho que virou colega de trabalho e que aos poucos vai se tornando um ponto de segurança, mas no fim continua sendo um recém conhecido, um personagem em branco que não conhecia os problemas, as batalhas e não sabe quem ela é de verdade. Isso dá a Nubdao uma brecha pra ser quem ela realmente é, se despir e mostrar tudo o que tem embaixo dessas camadas: uma pessoa com arrependimentos, com muitas responsabilidades, com um peso que não é dela e chega a ser angustiante assistir uma personagem tão realista, com pontos tão específicos que dá pra facilmente se conectar com ela e se colocar no lugar.
"Kim, você alguma vez já assistiu um filme que tem universos paralelos? Eu costumava pensar que se eu estivesse em um universo paralelo, eu seria muito feliz. Eu não acho que seria tão diferente, mas eu acho que teria um tipo de mudança, principalmente quando eu estava no quinto período. Se pelo menos eu tivesse me formado e aquele problema não tivesse acontecido, eu estaria fazendo o que queria e minha vida seria melhor do que isso. Eu não quero estar confortável, mas eu quero ser feliz e eu quero ser livre. Se eu tivesse me formado e conseguido fazer o que eu queria, teria sido melhor."
Até onde vale a pena se sacrificar pela felicidade dos outros e esquecer a sua própria? Dedicar toda a juventude para manter o sonho de outra pessoa, passando por cima do seu próprio sonho? O tempo não volta, mas tem como recuperar um pouco do sonho perdido. Eu espero até o final de Astrophile ser capaz de ver a Nubdao ser feliz, e principalmente, livre. Livre das promessas para a mãe, livre da obrigação de sustentar o sonho do irmão, livre para ser feliz e conseguir realizar o próprio sonho. Romance não é o foco, mas se ela passou todos esses anos presa as promessas e sacrificou até mesmo sua vida amorosa, então que se torne livre para amar também e que consiga realizar seu sonho sem se perder novamente. E assim eu sigo torcendo para que mais uma personagem da Davika encontre a si mesma e entenda que a própria felicidade e bem estar vem em primeiro lugar.
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