Astrophile foi uma das minhas maiores espectativas quando foi anunciado no #GMMTV2022. A notícia de ter a Davika Hoorne na GMMTV foi algo que me deixou muito animada, principalmente pela facilidade de legendas, streaming e qualidade, além de ter tido um dos melhores trailers experimentais. Infelizmente não se tornou meu preferido e me decepcionou em muitos pontos.
1 - RELAÇÃO PERSONAGENS X ESTRELAS.
Astrophile (astrófilo): aquele que ama as estrelas ou astronomia.
O nome do lakorn é auto explicativo, mas não foi o foco da história como aparentava ser pelo trailer e pelo MV da OST. As únicas referências foram feitas vagamente em alguns momentos, entre eles no quinto episódio em que Nubdao adormece olhando as estrelas ao lado do Kimhan, os brincos super discretos que ela usou durante toda a história e no último episódio em que a exposição de artes do Kim tem o título "Astrophile". Esse provavelmente é um dos pontos que mais me decepcionou já que teria sido muito mais bonito se um dos protagonistas, principalmente a Nubdao, tivessem uma ligação mais profunda e visual com as estrelas, como algum hobby ou algum apego emocional, uma "terapia".
2 - NORMALIZAÇÃO DO STALKING?
Não consegui me conectar com o romance proposto. Não foi um romance natural, que simplesmente aconteceu. Foi algo forçado, insistente, com muitas mentiras e poucas consequências. Em todo o processo o Kimhan mentiu. Foram muitas mentiras e a Nubdao perdoou todas até chegar ao ponto de se sentir culpada pelo o que fez com ele. O que ela fez com ele? Ele tinha algum direito de se sentir uma vítima? Ele começa omitindo que já a conhecia da época da faculdade, depois passa a stalker sua conta no Instagram e dar opiniões invasivas sobre a vida dela, tudo isso enquanto se passava de bom moço fora da internet e apoiava ela em tudo (incluindo naquilo que ele criticava via DM). Em seguida omitiu ser o pintor Kla Mesa, enquanto o primo usava disso pra conseguir uma chance com a Nammon — o que também foi péssimo. Aos poucos que a Nubdao ia descobrindo todas essas coisas mais ficava claro pra mim que ela tinha que ficar sozinha. Eu não torcia tanto pela vida solteira fictícia da Davika desde My Ambulance... seria um padrão?
3 - RELACIONAMENTO DO SAI.
O quão melhor teria sido Astrophile se o roteiro tivesse sido melhor escrito/distribuído? Em 18 episódios você consegue contar muitas histórias e todas de modo satisfatório. Eu teria adorado se Astrophile tivesse uma melhor divisão de tempo para que a gente pudesse ter acompanhado melhor o desenrolar do relacionamento do Sai com seu colega de trabalho. Em um momento eles são colegas de curso, no outro momento estão namorando e contando para a mãe dele, enquanto o namorado se mostra super atencioso e disposto a fazer tudo por ele. Uma cena muito rápida, mas que teria sido mais confortante de assistir se fosse mais elaborada e tivesse uma base construída desde o início.
4 - GAROTO PROPAGANDA.
É isso que o Off Jumpol foi durante todos os 18 episódios — um garoto propaganda. De sachê de gatos até amaciante, ele só aparecia para fazer o bom merchandising. Sem ele não teríamos como saber que De Paris é super cheiroso e o sachê de gatinhos é tão saboroso! Como a Mimi amava! Teria sido um ótimo partido para a Nubdao se ela soubesse diferenciar romance de perseguição, já que foi graças a ele que ela conseguiu resolver os problemas com tanta facilidade.
5 - LOOKJUN E FIRST BELÍSSIMOS ENFEITES.
Dois ótimos atores que foram usados apenas de sombra para o Kimhan. Poderiam ter sido melhores trabalhados, além de terem suas próprias histórias. Eu nem me importaria se houvesse aquele clichê de no final eles perceberem que se gostavam, desde que tivesse toda uma construção desde a primeira aparição dela. Mas assim como o Off Jumpol, a Lookjun também só serviu de merchandising.
6 - NAMMON, SIMPLESMENTE NAMMON.
Nammon foi a melhor amiga que a Nubdao poderia ter, mas faltou um pouco de discernimento para aconselhar a amiga a cair fora desse relacionamento estranho. Foi de longe a única personagem bem resolvida com sua própria vida e que conseguiu ter um pouquinho de história própria, seu próprio relacionamento, seus próprios desentendimentos. Conseguiu brilhar em meio a um roteiro tão arrastado e cansativo.
7 - FAMÍLIA X TRAUMA.
Tanto a Nubdao como o Kimhan tinham problemas familiares muito presentes, principalmente em relação a figura materna. A mãe da Nubdao nunca se preocupou se ela estava bem enquanto carregava todo o peso da família nas costas ou se ela estava feliz com o que estava fazendo. Apenas a felicidade do Sai era importante. Foi revoltante assistir todas as vezes que a Nub se sacrificou pra fazer o irmão realizar os próprios sonhos, enquanto ela teve que abrir mão dos seus para sustentar a família. No final apenas uma frase da mãe foi o suficiente para acharem que servia de consolo para quem assistia e para a própria personagem. O dano foi grande demais para um "eu amo vocês igualmente" consertar e tirar todo o peso da invisibilidade que ela sofreu desde a adolescência. O mesmo aconteceu com o Kimhan que desde a separação dos pais era agredido físico e mentalmente pela própria mãe que odiava o fato dele se parecer com o pai. Bastou um diálogo completamente sem noção e que não tinha nada a ver com tudo que já vinha sendo construído para que magicamente os problemas familiares do Kim fossem resolvidos e pudessem ser uma família feliz novamente.
8 - PERSONAGENS QUE NÃO FARIAM FALTA.
Foi um prazer assistir a Kapook sendo uma pessoa descontrolada por alguns episódios, mas não me impede de pensar: pra que? Qual foi a necessidade dela surgir, se sumiu do mesmo jeito que apareceu? Que fim teve a sua personagem? O que ela queria? O que foi aquela cena dela no restaurante com as amigas e o que aquilo deveria significar? São perguntas que foram surgindo durante as cenas dela que simplesmente ficaram sem respostas. Do mesmo jeito que não havia espaço para uma história de ex-namorada com problemas pessoais. De que serviu a ex do Kimhan aparecer? São coisas e personagens que são inúteis numa visão geral da história. Não acrescentaram nada além de contribuir para a enrolação de um roteiro mal distribuído, que se tivesse focado em desenvolver os personagens que já existiam e dar um pouco mais de vida e história para eles talvez tivessem melhor aproveitado cada minuto dos longos 18 episódios (que é outra coisa desnecessária sobre esse lakorn!).
9 - VILÃO SEM PUNIÇÃO.
Minjun era um vilão e tanto, mas terminou sendo esquecido. Não houve nenhuma punição, nem da vida nem da justiça. Ele assediou a Nubdao, acusou ela injustamente, desviou dinheiro, mas no final ainda saiu sendo elogiado. Foei Patara você é gigante, mas esse personagem foi péssimo!
10 - EXIBIÇÃO "ASTROPHILE".
Acho que foi a única parte que realmente eu consegui elogiar, mas até ela teve defeitos. Toda a cena da Nubdao admirando as pinturas do Kimhan foi linda, incluindo o dialogo entre ela e o professor. Todas as pinturas e até mesmo aquela obra em gesso estavam super bonitas, mas o que deixou a cena mais bonita ainda, e ao mesmo tempo não me agradou, foi a OST. Teria sido incrível se fosse a versão original tocando ali, e não aquela outra versão que soou estranha. Não faz mal tocar a mesma música o tempo todo se ela é a única coisa verdadeiramente boa do lakorn.
+ NUBDAO NÃO FOI LIVRE.
No final das contas a Nubdao não teve a liberdade que tanto almejou durante a história. Ela não realizou o sonho dela, pelo menos não dentro da história, ela não foi livre, ela só acrescentou mais um problema na vida dela. Se tivessem focado mais na liberdade e no sucesso pessoal da Nub, talvez teria sido mais agradável acompanhar. Eu esperei muito pelo momento que ela fosse se sentir realmente livre, que ela fosse atrás dos sonhos e conseguisse se realizar. Mas infelizmente não foi assim, e ela ir pra Paris como assistente do Kimhan é pior do que se tivesse continuando vivendo a vida infeliz que ela manteve por toda a história. A Nubdao merecia sucesso pelo esforço próprio e não indo na asa do seu stalker de estimação. Foi uma pena.
PONTOS POSITIVOS!
A Davika sempre é o ponto positivo em tudo que está. A atuação dela é incrível e foi lindo assistir como ela conseguia passar os sentimentos da Nubdao tão bem, tão suavemente. Ela atua com os olhos, com o rosto, com o corpo, tudo! Ela é artista e espero que ela tenha essa noção de si e não escolha mais atuar com atores tão medianos-ruins.
Outro ponto muito positivo foi a OST. Gawin Caskey não decepciona quando se trata de talento, seja atuando ou cantando, e em Astrophile ele foi a estrela principal.
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